quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O plano

Joseph Finnigan, Nova York
14/08/2011 -



20:00

   Passavam algumas horas, desde que se sentaram em umas caixas e, silenciosamente, faziam coisas diferentes. Ninguém soltava uma palavra, mas pareciam ter muito a dizer. O pior não era saber que Thomas havia morrido, o pior era ter a certeza de que iria acontecer o mesmo a eles.
   A sala na qual se prenderam, era repleta de instrumentos médicos e coisas assustadoramente tecnológicas. Joseph nunca foi um homem que gostou de computadores. Era completamente contra a pesquisa de nanorobôs, tão discutida no prédio essa última semana.
   Na sala, ninguém se arriscou a acender a luz. Lá ficavam eles, se entreolhando, no mais completo breu. Joseph se lembrava do grupo que seu irmão havia criado. Ele não seria ruim, numa hora dessas.
   Ele não conseguia se lembrar se trancou a porta, mas não ouvia nada lá fora. A única fonte de luz, vinha da janela, por onde passavam feixes luminosos da rua. Os soldados não escondiam suas faces de pânico. Com cuidado, Joseph se levantou. Todos o olharam naquele momento. Com certa insegurança, acendeu a luz.
   Por um segundo, nada aconteceu. Os homens se fitavam, como se esperando que falaria alguma coisa primeiro. Mas o som não vinha de lá de dentro. Escutava-se, do outro lado da porta. Um berro contínuo, que mais parecia um urro furioso, indomável. Era acompanhado de passos rápidos, que se aproximavam...
 
   O sujeito entrou na sala. Enfermeiro do prédio, tinha certeza que acabara de ouvir ruídos dali. Ele olhou para cima, onde viu uma luz forte. Ela não estava acesa há pouco tempo. Na claridade, dava para se ver o líquido prateado misturado ao sangue escorrer de sua boca, ele estava infectado.
  Ninguém se mexia. No canto mais escuro da sala, todos rezavam para não serem vistos pela besta. De armas apontadas, ninguém teve a coragem suficiente para atirar.
  
   Ele viu, ao canto, uma janela. Se aproximou: Ouvia sons estranhos, via movimentos lá embaixo. Presas abundantes caminhavam calmamente no escuro da noite, ele mal podia esperar para saltar de lá e...
 
-Tooon!!!! -
 
   O homem caía, já sem vida, no chão da sala. Um rombo enorme se destacava de sua cabeça. Joseph, que havia participado da guerra do Vietnã, sabia: Foi um sniper.
 
-Precisamos sair daqui. - O soldado Hampton disse.

2 comentários: