domingo, 18 de julho de 2010

Joseph Finnigan

14/08/2011- 17h11min p.m


Joseph Finnigan Nova York

Estava claro que ele precisava fazer alguma coisa. Seu amigo, seu grande amigo, ferido? Não era possível, Thomas sempre soube se defender muito bem sozinho. Joseph não conseguia acreditar em seus olhos, ver seu colega sendo carregado daquele jeito, totalmente incapaz...

-Ei! Ei! Thomas! – Saiu em disparada ao alcance dos homens fortes que andavam sem dificuldade mesmo sob o peso nos ombros.

Um homem que ia a frente, aparentemente liderando o grupo, se virou.

-Sim?

-Você não, o Thomas! O que aconteceu com ele? – Disse o oficial Finnigan, com sua voz rouca.

-O soldado se chama Thomas? Você o conhece?

-Sim, você quer me dizer o que aconteceu com ele?!- Joseph se descontrolou, segurou o sargento pela gola do uniforme, de repente tinha uma vontade tremenda de esganá-lo ali mesmo, em frente a todos.

-Você quer se acalmar? – Perguntou o arrogante, fazendo um gesto largo com o braço indicando o espaço em que estavam. De fato todos na recepção tinham paralisado, olhando pasmos para a cena. A atendente já começava a pegar o telefone.

Joseph largou o homem, mas aguardou, fitando com um olhar furioso, esperando uma explicação.

- General Storm. – Disse o homem, oferecendo-se para um aperto de mão, que Joseph aceitou sem demora.

-Oficial Finnigan. – Eles se olharam por alguns instantes. Storm o examinava atentamente, como se estivesse decidindo se contaria ou não algo para ele.

-Pois bem... – Disse, fazendo um gesto para que fossem atrás de Thomas, que já estava dentro do elevador com os outros dois homens. – Não fomos nós que o ferimos. Ele chegou assim do comboio L.23, aliás, foi o único que voltou. Vamos levá-lo agora para o interrogatório, se quiser nos acompanhar... Seja bem-vindo.

A porta metálica do elevador se fechou lentamente, estreitando a visão do exterior até que não se podia ver mais nada.

-Não vai levá-lo à enfermaria antes?

-Ele precisa responder algumas perguntas primeiro.

Joseph lançou um olhar preocupado a Thomas, que agora babava e emitia ruídos estranhos. Teve a impressão de que o General não conseguiria tirar muitas informações dele.

A porta do elevador se abre. Há um corredor longo com uma portinhola metálica no final. Joseph realmente nunca havia visto essa parte do prédio.

Dentro da sala, o general algemou Thomas em uma cadeira de concreto no centro da sala. Ele tinha o olhar perdido, parece ter perdido totalmente o contato com a realidade.

-Ei!- Chamou Storm, estalando o dedo no pé do ouvido de Thomas, que saiu do transe imediatamente.

-Ehh... Sim senhor?

-Pode começar a explicação

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Suzana Soares

14/08/2011- 04h37min p.m


Suzana Soares, Rio de Janeiro

Suzana embarcaria no vôo 746, para Nova York em apenas algumas horas. A bagagem em sua casa de praia estava completamente arrumada.

Era tempo de ligar para seus parentes e se despedir. Finalmente de férias da polícia, ela mal podia acreditar. Enfim poderia ver a estátua da liberdade, seu sonho de menina.

Dona de um corpo esbelto, mulata, cabelo moreno com luzes. Beleza incontestável de mulher brasileira, ela viajaria sozinha, na esperança de conhecer algum pretendente no exterior.

-Alô? Suzi?

-Oi mamãe. Então, eu vou daqui a pouco e não vai dar para fazer ligações até chegar lá. Eu queria me despedir da senhora.

- Vai com Deus minha filha, nos veremos logo. Está levando sua arma?

-Para ser sincera, preferia não levar, mas estou sim. É sempre bom estar preparada.

-Não esquece que lá você não é policial para sair prendendo as pessoas por aí.

-Ta bom... Então... Até logo. Voltarei rápido, nem vai dar tempo de sentir saudade. Dá um beijo no pai por mim, tchau.

Desligando o telefone, Suzana se lembrava do passado com seu pai, Júlio. Ele sempre foi um pai ausente, mas isso não a impediu de amá-lo muito.

Júlio trabalhava numa empresa estrangeira, que criava novos projetos tecnológicos. Era uma espécie de engenheiro, e vivia viajando.

Suzana já pegava as malas. Saindo devagar pela porta da frente, ela dá uma última olhada para a casa bem arrumada que deixou para trás, que agora só veria em uma semana, no mínimo.

-Biiiiii... Biiiiii! – Ao se virar, ela vê o táxi que a levará para o aeroporto.

Ela carrega as pesadas bolsas até o carro, descendo pela pequena escadaria de mármore entre a porta de sua casa e a rua de paralelepípedos.

Até que o gentil motorista se oferece para colocar a bagagem no porta-malas do veículo.



- Aeroporto Internacional, por favor. - Fala Suzana, fechando a porta do veículo. De repente, seu celular toca.

-Alô?

-Filha, minha querida, me desculpe por tudo, mas, por favor, não vá. – Suzana pôde reconhecer a voz do seu pai desde que começou a falar. Paralisada pela voz de seu querido pai, fica sem falar por alguns instantes.

-Eu... Eu não posso mais ficar. Já comprei a passagem e estou no meio do caminho do aeroporto!

-Eu sei... Eu sei... Mas eu fiz besteira, uma besteira bem grande. Por favor, não vá!

-Papai! Agora não é hora de discutir sobre como foi sua presença na minha infância, eu já estou indo mesmo!

-Não é isso... É que... Meu trabalho... Deu errado...





-Pai, calma. Eu estou indo e quando eu voltar a gente pode conversar sobre isso. Fique calmo, eu vou voltar rápido... Confia em mim. – E com calma, ela fecha o celular e enfia de volta na bolsa. Afinal, não havia motivo para preocupação.

Bem... Ela voltaria em apenas alguns dias... Não é?

Anthony Button [Tokio Drift]

14/08/2011- 04h37min p.m


Anthony Button, Nova York



-... E ele corre com velocidade, se joga no chão... HOMERUN! –

-Uhu! – Grita Anthony, e se joga no sofá branco do apartamento de solteiro, que se encontra completamente fora de ordem: Roupas jogadas pelo chão, garrafas e mais garrafas de cerveja vazias por todo o lugar.

-Ai... ai... Adoro beisebol. – Dizia ele para si mesmo, outra garrafa na mão.

Ele realmente estava em péssima aparência: Cabelos oleosos e sujos, roupas suadas e que aparentavam não ser mudadas a dias. Suas olheiras profundas entregavam seu profundo estado de depressão.

“Peeeeh” A campainha toca, Anthony apenas vira o rosto e fica imóvel, concentrado, como se esperasse para ouvir uma identificação. Ela toca novamente.

-Serviço de entrega! – Grita uma voz masculina do outro lado da porta. E um forte baque é ouvido, algo pesado se chocando com o chão.

Anthony levanta-se com certa dificuldade e caminha cambaleante até a porta, desviando-se de objetos largados pelo chão quase que automaticamente.

Abre a porta até que ela é travada pela corrente de segurança. Depois de conferir o homem de cima a baixo, ele destrava a obstrução e pega seu pacote.

Enquanto fecha a porta, ouve ao longe o entregador se distanciando cada vez mais. Com sua voz rouca.

-Eita, sujeitinho esquisito. –

Anthony já estava acostumado com esses chingamentos. Apenas ignora e entra com sua grande caixa de papelão.

-Finalmente... Finamente! – Exclama, abrindo o embrulho, com muita excitação.

Do meio da espuma, ele retira outro embrulho, menor e cilíndrico. O abre com ainda mais ferocidade. Um sorriso começa a se esboçar em seu rosto, que se contorce cansado.



Ele retira da pequena caixa um bastão de beisebol oficial, que chega a brilhar no contraste de sua beleza com o resto do apartamento. Ele separa o bastão e o coloca no pedestal.

A caixa de papelão vira apenas mais um entulho no meio da sala.

Joseph Finnigan

14/08/2011- 04h37min p.m


Joseph Finnigan, Nova York



Joseph andava pelos corredores bem iluminados da corporação, esperando pela chegada do comboio L.23, que trazia informações sobre uma nova doença descoberta no leste do estado. As janelas a sua esquerda ocupavam todo o espaço que deveria ser da parede, e davam uma bela vista da cidade.

Thomas, seu colega de trabalho, estava no carro que se encontrava a vinte minutos do centro de pesquisa. Esse tal centro, era na verdade um enorme prédio, com mais de vinte andares.

Possuía um acrônimo longo como nome, para explicar tudo o que acontecia lá dentro: C.E.B.D.N.I. , ou seja:

“Centro de Estudos Biológicos e de Doenças não Identificadas.”

Era o letreiro que ficava na fachada do prédio, com letras douradas polidas e brilhantes.

Joseph agora virava o último corredor na direção dos elevadores, que ele pegaria para chegar à recepção. No meio da passagem, dois militares conversam animados, mas param imediatamente assim que avistam Finnigan.

-Bom dia senhor! – Disseram em coro, com o peito estufado, em frente a uma lata de lixo caída, que o menor deles havia derrubado enquanto se erguia bruscamente do banco de madeira.

Joseph continua andando, como se não tivesse ouvido nada, ou como se tivesse sido apenas algo normal.

Aperta o botão do elevador e começa a esperar, paciente, enquanto acende um charuto na boca.

Seu uniforme se destaca no clima moderno do hospital: A roupa negra da marinha, repleta de medalhas que refulgiam sob as luzes das lâmpadas fluorescentes.

O elevador chega, Joseph joga o cigarro por cima do ombro, em cheio no cinzeiro ao lado. Entra com calma e as portas se fecham.

Seus cabelos grisalhos de um homem com quarenta anos são curtos e bem penteados. Os olhos verdes do homem passeiam, sem rumo. Ele assobia uma melodia calma e relaxante.

As portas se abrem, e Joseph consegue ver de relance alguns oficiais entrando apressados, levando Thomas nos braços: Ele parece ferido.