quinta-feira, 15 de julho de 2010

Suzana Soares

14/08/2011- 04h37min p.m


Suzana Soares, Rio de Janeiro

Suzana embarcaria no vôo 746, para Nova York em apenas algumas horas. A bagagem em sua casa de praia estava completamente arrumada.

Era tempo de ligar para seus parentes e se despedir. Finalmente de férias da polícia, ela mal podia acreditar. Enfim poderia ver a estátua da liberdade, seu sonho de menina.

Dona de um corpo esbelto, mulata, cabelo moreno com luzes. Beleza incontestável de mulher brasileira, ela viajaria sozinha, na esperança de conhecer algum pretendente no exterior.

-Alô? Suzi?

-Oi mamãe. Então, eu vou daqui a pouco e não vai dar para fazer ligações até chegar lá. Eu queria me despedir da senhora.

- Vai com Deus minha filha, nos veremos logo. Está levando sua arma?

-Para ser sincera, preferia não levar, mas estou sim. É sempre bom estar preparada.

-Não esquece que lá você não é policial para sair prendendo as pessoas por aí.

-Ta bom... Então... Até logo. Voltarei rápido, nem vai dar tempo de sentir saudade. Dá um beijo no pai por mim, tchau.

Desligando o telefone, Suzana se lembrava do passado com seu pai, Júlio. Ele sempre foi um pai ausente, mas isso não a impediu de amá-lo muito.

Júlio trabalhava numa empresa estrangeira, que criava novos projetos tecnológicos. Era uma espécie de engenheiro, e vivia viajando.

Suzana já pegava as malas. Saindo devagar pela porta da frente, ela dá uma última olhada para a casa bem arrumada que deixou para trás, que agora só veria em uma semana, no mínimo.

-Biiiiii... Biiiiii! – Ao se virar, ela vê o táxi que a levará para o aeroporto.

Ela carrega as pesadas bolsas até o carro, descendo pela pequena escadaria de mármore entre a porta de sua casa e a rua de paralelepípedos.

Até que o gentil motorista se oferece para colocar a bagagem no porta-malas do veículo.



- Aeroporto Internacional, por favor. - Fala Suzana, fechando a porta do veículo. De repente, seu celular toca.

-Alô?

-Filha, minha querida, me desculpe por tudo, mas, por favor, não vá. – Suzana pôde reconhecer a voz do seu pai desde que começou a falar. Paralisada pela voz de seu querido pai, fica sem falar por alguns instantes.

-Eu... Eu não posso mais ficar. Já comprei a passagem e estou no meio do caminho do aeroporto!

-Eu sei... Eu sei... Mas eu fiz besteira, uma besteira bem grande. Por favor, não vá!

-Papai! Agora não é hora de discutir sobre como foi sua presença na minha infância, eu já estou indo mesmo!

-Não é isso... É que... Meu trabalho... Deu errado...





-Pai, calma. Eu estou indo e quando eu voltar a gente pode conversar sobre isso. Fique calmo, eu vou voltar rápido... Confia em mim. – E com calma, ela fecha o celular e enfia de volta na bolsa. Afinal, não havia motivo para preocupação.

Bem... Ela voltaria em apenas alguns dias... Não é?

2 comentários:

  1. só pra lembrar: nos aeroportos não deixam embarcar com arma, com ou sem licença. A menos que seja um segurança não pode nem chegar perto de lá com uma arma.

    ResponderExcluir
  2. ... Eu já sei, deixa a história se desenrolar, já é?

    ResponderExcluir