segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Infecção

14/08/2011 - 17h20m p.m.

Joseph Finnigan, Nova York


-Chamem o Will. -
  
   William Burnett era o presidente da C.E.B.D.N.I. Aos olhos de Joseph, um metido que não merecia aquele cargo. Com os cabelos sebosos escorridos e aqueles óculos quadráticos, não merecia sequer respeito.
   Na verdade, o homem era um dedicado cientista, que passou a vida descobrindo novas doenças e suas respectivas curas. Como sempre, à essa hora devia estar andando em sua sala, ou passeando pelos corredores iluminados, como sempre faz.
                                                             [...]
   Naquele momento, dois seguranças , saíram por detrás dele e passaram pela porta que tornou a se fechar, rangendo. Agora eram só os três na sala: Thomas, Joseph e Storm. Por um instante, ninguém tinha mais raiva de ninguém. Apenas fitavam a vítima no centro da sala, parecia estar sofrendo muito.
   Thomas olhou para Anthony, que por breves segundos parecia lacrimejar. Storm se acomodou ao canto da sala, e acendeu um cigarro de marca não-legível. O melhor amigo de Joseph começava a ter pequenos espasmos, e dava para notar um líquido acizentado escorrendo pelo canto da boca.

-Me chamaram? - Entrou pela porta um cientista, carregando uma prancheta repleta de anotações. Vestia um jaleco branco pouco ensanguentado. Era ele, William. De cara olhou para o homem preso na cadeira, sua confiança esvaiu-se da face.
   Storm jogou o cigarro no chão, pisou nele. Adiantou-se e contou  tudo ao homem, que ficava cada vez mais surpreso.
   Thomas começou a ter espasmos cada vez mais fortes, um forte ataque epiléptico. O líquido agora simplesmente transbordava de sua boca semi-aberta.

-Vamos parar de enrolação. Você pode ajudá-lo ou não? - Perguntou Joseph, engolindo o choro.

-Eu... Eu... - O olhar de William voava de Joseph para Thomas. -Preciso... Ir ao banheiro. - E virou-se bruscamente para correr, trombando em um dos guardas.

-Ir ao banheiro?!? - Perguntou um dos guardas, com voz grossa e rouca. -Esse cara é criança? -

   Storm deu um sorriso, e se dirigiu à Thomas, que tinha parado de se mexer... Completamente.

-Ei cara, você ta bem?-  Thomas se mexeu, murmurando sons estranhos. Seus olhos estavam inchados, as retinas pareciam descoladas. Os olhos completamente brancos.

-Você ta bem?! - Agora estalava os dedos, como fez anteriormente. Dessa vez, nada acontece.
   Storm posiciona seu indicador na garganta dele, como se conferisse algo. Ele se vira para Joseph e faz um gesto negativo com a cabeça. Uma lágrima solitária escorre por sua face enrugada.
   De repente, antes de qualquer tentativa de reação, Thomas simplesmente morde o oficial. Com tal força que sangue começa a esguichar, enquanto Thomas não parece mais querer soltar a carne.
-Meu deus! Meu deus!- Os seguranças apontam suas armas, a gritaria é geral.

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