Suzana Soares14/11/2011 – 17h 20min p.m.
Já se passavam alguns minutos desde que entrara no avião, atrasada. Abriu seu livro " O amante" e relaxou na não tão confortável poltrona do avião. Era possível ver um avermelhado em seu braço. Há poucos momentos, tinha acontecido uma séria confusão no aeroporto.
Ela esperava a bagagem passar pela máquina, após ser examinada por um detector de metais. A funcionária, uniformizada com uma roupa azul, olhava nervosa para a tela, fitando Suzana algumas vezes.
-Pode esperar um instante, por favor? -
A moça se levantou e começou a tomar distância, Suzana não entendia o porquê daquilo tudo. Não podia estar acontecendo... Alguns segundos depois, uns homens altos e fortes se aproximavam. Ela podia ver no mínimo cinco pessoas correndo em sua direção, de olhares sérios e coletes a prova de balas.
Um segurança que se aproximava pela sua esquerda, segurou Suzana e a jogou no chão. Os outros continuavam a andar, agora mais calmos, porém de armas apontadas. Ela pôde sentir apertadas algemas machucarem seus pulsos, enquanto o homem a forçava contra o chão.
[...]
-Você pode explicar o que fazia com uma arma na bagagem enquanto se dirigia á Nova York? -
Perguntou um homem alto e branco, vestia um terno em ótimo estado. Suzana se encontrava numa pequena sala quadrada, na qual estava algemada à uma cadeira de ferro. Atrás do rapaz, havia um espelho escuro, que ela sabia para que servia.
-A senhora odeia os Estados Unidos da América? -
O homem a encarava, uma expressão nada alegre em seu rosto, e não era o único. Suzana tinha a certeza de ser espiada por trás da grossa lente ao fundo.
-Responda! - Ele gritou, sua paciência parecia ter esgotado.
-Sou policial, estava indo aos Estados Unidos durante as férias. -
O agente a fitou por mais alguns momentos, e se retirou por uma porta que Suzana não podia ver: Estava atrás dela. Aproveitando o tempo, ela analisou a situação: Uma grande lâmpada fluorescente no teto, sobre o brasão do aeroporto. Isso era um bom sinal: Não havia sido levada de lá enquanto estava desacordada.
Outro homem entra na sala. Diversas folhas e arquivos na mão. Ele os põe sobre a mesa e examina detalhadamente, sentado à frente de Suzana, um olhar arrogante. Talvez para irritá-la.
-Pode ir. Desculpe o inconveniente e não conte nada do que aconteceu aqui. - Ele enfia uma agulha hipodérmica em seu braço.
Ela não se lembra de nada o que houve, desde o momento que saiu do táxi, mas Suzana não liga para o que ocorreu hoje, pelo menos está no avião certo, indo ao lugar certo. E nunca saberá o que aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário